13 de jan. de 2010

Uma nova forma de ter minha alma

“Enquanto eu te fazia à minha imagem, tu me fazias à tua. Dei-te o nome de José para te dar um nome que te servisse ao mesmo tempo de alma. E tu — como saber jamais que nome me deste? Quanto me amaste mais do que te amei, refletiu. Nós nos compreendíamos demais, tu com o nome humano que te dei, eu com o nome que me deste e que nunca pronunciaste senão com o olhar insistente, pensou o homem com carinho. Lembro-me de ti quando eras pequeno, tão pequeno, bonitinho e fraco, abanando o rabo, me olhando, e eu surpreendendo em ti uma nova forma de ter minha alma. Eras todos os dias um cachorro que se podia abandonar”.

2 comentários:

  1. Gosto muito deste conto. Tanta dor nele, e por isso tão forte, intenso e honesto. =)

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  2. eu queria, simplesmente e sinceramente.
    Mas não tenho um que posso abandonar!

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