[...] "na verdade apenas imitei a inteligência assim como poderia nadar como um peixe sem o ser!" O homem se mexeu contente: imitei? Mas sim! Pois se, imitando o que seria ganhar o primeiro lugar no concurso de estatística, ele ganhara o primeiro lugar no concurso de estatística! Na verdade, concluiu então muito interessado, apenas imitara a inteligência, com aquela falta essencial de respeito que faz com que uma pessoa imite. E com ele, milhões de homens que copiavam com enorme esforço a idéia que se fazia de um homem, ao lado de milhares de mulheres que copiavam atentas a idéia que se fazia de mulher e milhares de pessoas de boa vontade copiavam com esforço sobrehumano a própria cara e a idéia de existir; sem falar na concentração angustiada com que se imitavam atos de bondade ou maldade — com a cautela diária em se entregar para um ato verdadeiro, e portanto incomparável, e portanto inimitável, e portanto desconcertante.
1 de out. de 2010
Imitar a inteligência
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário